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A Insignificância em Crime de Descaminho: Requisitos Legais

Como advogado criminal experiente, especialmente em casos de descaminho, entendo a importância e a aplicabilidade do princípio da insignificância nestes casos.


Este princípio é frequentemente invocado em processos de descaminho, sendo um fator crucial para a defesa em situações onde o valor da mercadoria envolvida é considerado baixo.


Entendendo o Princípio da Insignificância:


O princípio da insignificância, ou bagatela, é um conceito jurídico aplicado em crimes onde a ofensa é tão pequena que o Estado opta por não prosseguir com a ação penal.


No contexto do descaminho, este princípio é aplicado quando o valor do tributo evadido é considerado ínfimo, não justificando a movimentação do sistema penal.


Requisitos Legais para Aplicação no Descaminho:


1. Valor do Tributo Evidado: A jurisprudência brasileira estabelece limites de valor para a aplicação do princípio da insignificância em crimes de descaminho. Este valor é periodicamente atualizado e deve ser verificado no momento da defesa.


Atualmente, o valor máximo considerado insignificante para os crimes de descaminho é de R$ 20.000,00.


Esse parâmetro foi estabelecido com base nas Portarias 75 e 130 do Ministério da Fazenda e foi acolhido tanto pelo Supremo Tribunal Federal (STF) quanto pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).


2. Ausência de Reincidência Específica: Geralmente, o princípio da insignificância não se aplica a indivíduos que já tenham cometido o mesmo tipo de crime anteriormente.


3. Conduta Social e Personalidade do Agente: A avaliação da conduta social e da personalidade do agente é considerada para determinar se a aplicação do princípio é adequada.


4. Pequeno Potencial Ofensivo: Deve-se demonstrar que a conduta teve um impacto mínimo e não causou danos significativos à ordem tributária.


Estratégia de Defesa:


- Análise Detalhada do Caso: Cada caso deve ser analisado individualmente, considerando o valor envolvido e as circunstâncias específicas do delito.


- Argumentação Jurídica: A defesa deve elaborar uma argumentação jurídica sólida, baseando-se em precedentes judiciais e na legislação vigente para sustentar a aplicação do princípio da insignificância.


- Negociação com o Ministério Público: Em alguns casos, pode ser possível negociar com o Ministério Público a aplicação do princípio ainda na fase de inquérito, evitando a instauração de uma ação penal.


Considerações Finais:


É importante lembrar que a aplicação do princípio da insignificância não é automática e depende de uma avaliação criteriosa do caso concreto.


A experiência e o conhecimento específico na área de descaminho são essenciais para identificar e argumentar eficazmente pela aplicação desse princípio, buscando assim um desfecho mais favorável ao acusado.

 
 

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