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A Lei do Ato Médico: Implicações Penais e Profissionais

Na condição de advogado criminalista, considero essencial discutir as implicações penais e profissionais da Lei do Ato Médico (Lei nº 12.842/2013), uma legislação fundamental na regulamentação da prática médica no Brasil.


Esta lei estabelece as atividades que são exclusivas dos médicos e tem profundas implicações tanto para a prática médica quanto para as áreas jurídicas relacionadas.


Primeiramente, é crucial entender o que a lei define como ato médico. Segundo a Lei do Ato Médico, são atividades exclusivas dos médicos: a formulação do diagnóstico nosológico e a prescrição terapêutica.


Além disso, a realização de procedimentos invasivos, sejam eles diagnósticos, terapêuticos ou estéticos, e a indicação e execução de intervenções cirúrgicas também são atos restritos aos médicos.


As implicações penais surgem principalmente quando há exercício ilegal da medicina. Profissionais de saúde que não são médicos, ao realizarem procedimentos definidos como atos médicos exclusivos, podem ser acusados de exercício ilegal da medicina, conforme estabelecido no artigo 282 do Código Penal.


Esta é uma infração grave que pode resultar em penalidades significativas, incluindo prisão.


Do ponto de vista profissional, a Lei do Ato Médico também gera responsabilidades. Médicos devem estar atentos para não delegar atividades exclusivas da medicina a profissionais não habilitados.


A negligência nesse aspecto pode levar a acusações de imperícia ou imprudência, configurando-se em erro médico.


Além disso, a lei impacta na interação entre médicos e outros profissionais de saúde. A necessidade de uma clara delimitação de funções e uma colaboração eficaz entre diferentes profissionais é essencial para o bom funcionamento do sistema de saúde e para a segurança do paciente.


Importante também é a discussão ética que a Lei do Ato Médico suscita. A lei, ao definir limites, também estabelece um terreno para o respeito mútuo entre diferentes profissionais da saúde, cada um com suas competências e áreas de atuação.


Em suma, a Lei do Ato Médico é um marco regulatório crucial na medicina brasileira, trazendo claridade às atividades que são exclusivamente médicas.


Para os médicos e demais profissionais da saúde, é essencial entender as implicações dessa lei, tanto para evitar repercussões penais quanto para assegurar uma prática profissional ética e responsável.


Como advogado criminalista, enfatizo a importância da consulta regular à legislação e a necessidade de uma orientação jurídica especializada para navegar com segurança nas complexidades dessa área.

 
 

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