Excludentes de Ilicitude: O que São e Como se Aplicam
- Felipe Alencar
- 29 de ago. de 2024
- 2 min de leitura
Como advogado criminalista, aprofundar-me em temas complexos do direito penal é parte essencial da minha atuação.
Um desses temas é o das excludentes de ilicitude, que são situações previstas no Código Penal brasileiro onde um ato, normalmente considerado crime, não é penalmente punível devido às circunstâncias em que ocorreu.
Estas excludentes estão detalhadamente descritas nos artigos 23 e 25 do Código Penal.
Excludentes de ilicitude são fundamentais no direito penal pois permitem uma análise mais justa e contextual de certas ações. Elas incluem:
Estado de Necessidade (Art. 23, I): Ocorre quando uma pessoa pratica um ato para salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, direito próprio ou alheio, desde que o perigo não pudesse ser evitado por outro meio e o mal causado, se não for maior que o evitado, não for punível.
Legítima Defesa (Art. 23, II): Acontece quando alguém pratica um ato para proteger direito próprio ou de terceiro contra injusta agressão, atual ou iminente. A reação deve ser necessária e proporcional à agressão.
Estrito Cumprimento do Dever Legal e Exercício Regular de Direito (Art. 23, III): Esta excludente é aplicada quando o ato é realizado em obediência a um dever legal ou no exercício regular de um direito. Por exemplo, a ação de um policial que, em cumprimento a um dever legal, pratica um ato que seria considerado crime em outras circunstâncias.
Consentimento do Ofendido (Art. 23, Parágrafo Único): Situações em que o ofendido consente expressa ou tacitamente com a ação, desde que o consentimento não seja proibido por lei.
Além destas, o Código Penal também prevê a excludente de ilicitude do consentimento do ofendido, que é aplicável em algumas circunstâncias específicas.
É importante frisar que a aplicação das excludentes de ilicitude deve ser analisada cuidadosamente, considerando as circunstâncias específicas de cada caso.
Como advogado, meu papel é assegurar que essas disposições sejam interpretadas corretamente e aplicadas de forma justa, protegendo os direitos do meu cliente enquanto respeito os princípios legais e éticos da profissão.